terça-feira, 27 de setembro de 2011

Smix Smox Smux - Entrevista



1. Smix, Smox e Smux: o sotaque do norte é ético e estético?

É um pouco dos dois, soa-nos bem e nós gostamos de defender a nossa identidade, sem entrar em querelas norte/sul. Mas acima de tudo, é como é, nós temos sotaque de Braga e as coisas saem-nos naturalmente assim.

2. Porque é que nunca conseguem escapar à ironia e à provocação?

É algo que resulta da combinação das nossas personalidades. Um pouco como o sotaque, é algo que que nos sai naturalmente e de que gostamos e não sentimos até agora a necessidade de mudar.

3. Quem são Os Gloriosos Smix Smox Smux que Derrotarão Os Exércitos Capitalistas ?

Fala-se muito, actualmente, e quanto a nós com razão, da cada vez maior predominância da economia e das finanças sobre a política. Nós quisemos puxar um pouco esse tema para o nosso universo estético, da forma irónica e provocadora habitual, tendo ainda mais em conta, a situação particular do nosso país. Não quer dizer que vamos sair à rua de punho erguido, pelo menos enquanto banda. Não queremos ser uma banda de intervenção, porque não temos, para a nossa música, uma concepção utilitária da arte. A arte não serve para nada e é assim que é boa.

4. A ideia de que o mundo vai acabar em 2012, da-vos vontade de escrever uma música?

Não é má ideia, e talvez não fosse difícil de incorporar no nosso universo. Se editarmos um trabalho para o ano, quem sabe se não tentamos.

5. O que é a "cena indie portuguesa" ?
É uma cena muito pequena, portanto, só pode melhorar, o que é encorajador.

6. O que tem mais poder na "guerra": a vossa musica ou letras?
Ambas são importantes. Normalmente começamos pela música, mas isso é um método que tem funcionado para nós, não tem a ver com uma preferência por uma das duas.

7.De um ponto de vista mais técnico, como foi a produção/gravação deste segundo disco?
Voltámos a trabalhar com o nosso amigo José Arantes e fizemos as coisas com bastante calma. Começamos por gravar as pistas básicas de bateria, baixo e guitarra lie, os três ao mesmo tempo para tentar capturar o mais possível o feeling da banda a tocar simultaneamente. Depois fomos acrescentando as vozes e todos os pianos e teclados. Usamos muitos teclados diferentes, nomeadamente três casios horríveis dos anos 80, que, descontextualizados, fazem maravilhas pela sonoridade das músicas. Também usámos muitas vezes o piano completamente desafinado do José Arantes, e para tornar as coisas ainda mais interessantes, usámos muito processamento nesse piano. Qualquer piano é um instrumento incrível, mas desafinado, é ainda melhor, o som torna-se mesmo muito rico e característico. Fomos também gravando as vozes, simultaneamente com os teclados e overdubs de guitarra, de modo a podermos ir adaptando uns aos outros e fazermos a gestão das intensidade e dos espaços nas canções.

8. A cada palavra/nome sugeridos respondam na mesma moeda e como quiserem!

8.1 Eles São os Smix Smox Smux - Quem, nós?!

8.2 China - O futuro.

8.3 Adolfo Luxúria Canibal - O maior.

8.4 Portugal - Viva!

8.5 Afonsinhos do Condado - Quem?

8.6 Batidas africanas - Com harmonias europeias.


Entrevista por Diana Cardoso

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